I like people who smile when it is raining
11.23.2011
11.22.2011
11.19.2011
11.17.2011
11.16.2011
Pollaroid
A vida é a sucessiva insignificância de momentos vãos, tantas vezes anónimos, que de quando em vez nos tropeçam e se conseguem aprisionar, por breves momentos, na sua magnitude. Sorvendo-os como um fruto sumarento, magnético, um ar frio que se induz no corpo quente e tudo transforma à sua passagem. Demoradamente. De olhos fechados. Breves segundos frágeis e irrepetíveis. É por isso que pode existir mais poesia numa pollaroid tirada ao acaso e deixada numa folha em branco que em tudo o que se possa colocar por palavras. A vida é o acontece todos os dias. É o que é, não o que poderia ter sido, mesmo quando não darmos por ela, ali parada, sem pressa a olhar para nós.
11.14.2011
Labirinto [ou alguns lugares de amor]
por assim dizer
pois era verão
forrado de agulhas
a cal
rumorosa
do sol dos cardos
sem outras mãos que lentas barcas
vai-se aproximando a água
a nudez do vidro
a luz
a prumo dos mastros
os prados matinais
os pés
verdes quase
o brilho
das magnólias
apertado nos dentes
uma espécie de tumulto
as unhas
tão fatigadas dos dedos
o bosque abre-se beijo a beijo
e é branco
Eugénio de Andrade
11.13.2011
Envelhecer
ele dizia-lhe amor com os dedos que se perdiam nos cabelos como vento nas searas. ela abaraçava-o muito forte e encostava-lhe nos lábios balões de ar quente que levitavam no avesso da pele. olhavam-se num ondular fundo e demorado, como dois pássaros livres poisados no beiral do seu telhado. Todas as noites era assim. Lentamente, como uma árvore a crescer.
11.09.2011
Ecos
Azul sereia
11.08.2011
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